Aqui fica uma nova criação. Uma tentativa de imitar larvas de tricóptero (família limnephilidae).
Ninfa de limnephilidae
Pena é não haver oportunidade de a experimentar, mas penso que tem bastante potencial para iludir as trutas.
Archive for Setembro, 2012
Ninfa de limnephilidae
Posted in Entomologia, Montagem de plumas, Trutas on 27 de Setembro de 2012| Leave a Comment »
Review – The Fish & The Fly 1 (Dry Flies) DVD
Posted in Reviews, Trutas, Vídeos on 24 de Setembro de 2012| Leave a Comment »
The Fish & The Fly é uma série de DVDs instrutivos que focam as técnicas adoptadas pelo pescador dinamarquês Morten Oeland.
Os três DVDs disponíveis até ao momento centram-se na pesca com três tipos de iscos diferentes: moscas secas, ninfas, e terrestres para pesca de trutas.
Neste primeiro volume, sobre pesca com moscas secas, o espectador é convidado a acompanhar o senhor Morten Oeland nas suas jornadas de pesca em cenários espectaculares como a Gronelândia, Lapónia sueca, Nova Zelândia, entre outros. Embora peque pelo pouco nível de detalhe informativo, nesta parte do DVD é possível compreender algumas das tácticas adoptadas para pesca em condições distintas. À parte da brilhante edição, do uso de câmaras sub-aquáticas, e da qualidade das filmagens, achei que este capítulo poderia ter sido muito mais explicativo e útil para quem procura alargar o seu repertório de conhecimentos, ao adquirir este filme. Não obstante estas limitações, quem procura entretenimento, cenários magníficos, e um retrato formidável do que é pescar à mosca seca, certamente se dará por satisfeito logo após os primeiros minutos.
Terminada a acção de pesca, a segunda parte debruça-se sobre a montagem das plumas utilizadas previamente. Aqui, Morten Oeland prova que é um excelente montador à medida que apresenta técnicas simples e inovadoras para construção das suas imitações.
Mais uma vez, a forma rápida e precipitada como os processos de montagem são apresentados pode dar aso a um certo tipo de frustração, por parte do espectador que procura um retrato detalhado das rotinas de montagem e dos materiais utilizados. No entanto, para quem já tem alguma experiência ao nível da montagem, isto não será tão problemático já que é possível subentender facilmente os detalhes negligenciados.
No que às montagens diz respeito, podem esperar plumas certamente eficazes, realistas, mas por vezes algo difíceis de replicar. Quem, como eu, decidir tentar algumas das criações de Morten Oeland, deve preparar-se essencialmente com uma boa quantidade de CDC e foam (e desfrutar de algumas técnicas astutas para aplicação deste último material).
Resta-me analisar de forma global e resumida, expressando a minha satisfação ao fim de sensivelmente duas horas de filme, e sublinhando a ideia de que este DVD é orientado a pescadores já com alguma experiência (tanto em acção de pesca como na montagem de plumas). O conteúdo não me parece ser o ideal para quem procura iniciar-se na arte da pesca à pluma, mas sim para quem pretende apreciá-la em vídeo e no conforto do sofá.
Nota final: 8/10
Disponível em: Wide Open Outdoor Film
Trailer: Link YouTube
Flyer – Pesca responsável
Posted in Pesca sem morte, Sensibilização on 20 de Setembro de 2012| Leave a Comment »
Há uns meses atrás decidi criar um documento com vista à sensibilização dos pescadores para a protecção das massas de água nacionais.
Como o objectivo é fazê-lo chegar ao maior número de pessoas possível, disponibilizo-o na esperança que os leitores deste blog participem activamente nesta iniciativa. Assim, qualquer pessoa tem autorização para o imprimir, duplicar e divulgar.
De uma folha A4 podem-se criar dois panfletos A5… 10 fotocópias dessa folha A4 equivalem a 20 panfletos… e se um desses panfletos mudar a mentalidade de um único pescador, então esta iniciativa já valeu a pena.
Em Portugal, a sobrevivência dos rios está na mão dos pescadores. Passem a palavra, dupliquem, coloquem uma pequena pilha deles na banca da vossa loja de pesca local. Vale a pena.
El Rincón de la Seda
Posted in Montagem de plumas, Vídeos on 6 de Setembro de 2012| Leave a Comment »
Nos links abaixo listados podem aceder aos episódios de uma série televisiva, transmitida no canal espanhol Caza y Pesca, sobre montagem de plumas.
Cada episódio foca as montagens preferidas de alguns dos pescadores mais conceituados em Espanha. Posso dizer que aprendi bastante com eles.
Lista de episódios
Ninfa de hydropsyche
Posted in Entomologia, Montagem de plumas on 5 de Setembro de 2012| Leave a Comment »
No seguimento do último artigo surgiu o vício da montagem de plumas, e da tentativa de criar montagens baseadas nas larvas naturais.
O resultado: uma ninfa de hydropsyche. Ainda vou tentar melhorar e simplificar o processo de montagem, antes de publicar um passo-a-passo.
Ninfa de hydropsyche
Entomologia – Larvas de tricóptero
Posted in Entomologia, Montagem de plumas, Trutas on 5 de Setembro de 2012| Leave a Comment »
Durante os meses de Verão posteriores ao fecho da temporada de trutas, aproveito para conhecer o rio mais próximo e as formas de vida que nele existem. Além de uma boa oportunidade para refrescar os pés na água cristalina que desce a encosta da serra, estas visitas servem para observar o comportamento das trutas e estudar as suas fontes de alimento.
Assim foi no último fim de semana, em que passei um bom par de horas em busca de larvas de tricóptero para fotografar e identificar.
Estas criaturas podem ser facilmente encontradas procurando debaixo de rochas submersas na água, ou utilizando uma kick-sampling net – um utensílio construído com recurso a dois cabos e uma rede fina ou tecido permeável. Uma pesquisa de imagens no google permite rapidamente compreender o utensílio e a forma como deve ser utilizado.
Mas vamos ao que interessa: os bichos.
Os tricópteros são conhecidos mundialmente pelos pescadores de trutas. Este insecto aquático representa uma importante fracção das calorias ingeridas pelas trutas no seu habitat natural, razão pela qual o seu conhecimento e identificação é essencial para o pescador de pluma.
Neste artigo foco um dos estados de maturação desta espécie de insecto – o estado denominado de ninfa, em que vivem debaixo de água sob a forma de uma larva.
Imagem 1 – Várias espécies de ninfas de tricóptero (peço desculpa pela má qualidade)
Algumas espécies de tricópteros constroem casulos como forma de se protegerem das constantes ameaças presentes no seu habitat, entre as quais, as trutas :).
Este tipo de protecção, no entanto, não é totalmente eficaz. Algumas das espécies constroem um novo casulo quando o anterior deixa de ter tamanho suficiente para as albergar. Por outro lado, os peixes mais famintos e de maior tamanho não hesitam em engolir larvas de tricópteros e respectivos casulos quando estes derivam na corrente de forma mais vulnerável. Por estas razões, as montagens de ninfas de tricóptero (com ou sem casulo) devem ser consideradas pelo pescador em acção de pesca.
Família Limnephilidae
É uma das espécies mais abundantes no rio em que fiz a recolha. Estas larvas de grande tamanho proporcionam sessões de pesca memoráveis quando imitadas e pescadas de forma adequada. Procuram as águas lentas onde é mais fácil movimentarem-se carregando o peso do seu casulo.
Imagem 2 – Larva e casulo de Limnephilidae
Família Rhyacophilidae
Outra sub-espécie importante são os tricópteros do género rhyacophilidae (vulgarmente conhecidos por rhyacophila).
Esta família contém sub-géneros algo distintos entre si.
Os mais conhecidos são os géneros Rhyacophila Dorsalis e Rhyacophila Obliterata, dos quais não consegui imagens, mas que habitam em abundância os nossos rios. Estas larvas não constroem casulo e, como tal, vivem de forma livre tornando-se uma fonte de alimento priveligiada para as trutas. Destacam-se pelo seu tamanho, segmentação pronunciada, e cor verde oliva.
Outros géneros desta família de tricópteros, de tamanho mais reduzido, constroem casulos (a partir de seda ou detritos) fixos às rochas, onde amadurecem até atingirem o estado de pupa.
Imagem 3 – Larvas de rhyacophila em casulo de seda (género não identificado)
Família Hydropsychidae
Outra família bastante importante, cujos insectos atingem tamanhos consideráveis, são os tricópteros hydropsychidae (ou hydropsyche). Os géneros mais comuns dispensam a construção de casulo, enquanto larvas, utilizando pequenas redes de seda para se acoplarem às rochas e recolher alimento arrastado pela corrente. A cor das larvas varia muito entre os géneros desta família, sendo bastante comuns os tons oliva, creme, ou acastanhados.
Imagem 4 – Larva de hydropsyche
Outras famílias
Dada a diversidade de sub-espécies de tricópteros, por vezes, torna-se difícil identificar a família a que pertencem (na verdade, é bem provável que me tenha enganado nas identificações que fiz anteriormente). No entanto, importante para o pescador, é imitar de forma convincente as formas de vida que encontra nos rios que visita.
Desta forma, e como a silhueta dos insectos do mesmo género varia de rio para rio, é recomendável analisar as massas de água de forma a apresentar artificiais capazes de iludir o peixe, prestando especial atenção ao tamanho, forma, e cor das criaturas naturais, no momento de escolher o isco artificial.
Imagem 5 – Casulos de outra família de tricópteros (talvez Odontoceridae)
Montagem de artificiais, e pesca com larvas de tricóptero
As ninfas de tricóptero são essenciais na caixa de qualquer pescador de trutas. Dada a variedade de famílias e géneros, podem ser utilizadas em diversas situações e com recurso a várias técnicas, tanto na pesca à vista, como recorrendo a técnicas de pesca à ponta com várias ninfas (czech nymphing, french nymphing, etc).
O sucesso da pesca com tricópteros depende também da capacidade de observação e raciocínio do pescador, que deve tentar adaptar as técnicas às condições com que se depara. Enquanto em águas rápidas e turvas uma ninfa checa genérica pode ser bastante eficaz, o mesmo não acontece nas situações em que o peixe tem melhores condições para inspeccionar a larva artificial (por exemplo em águas mais lentas e/ou claras) onde uma montagem mais realista é recomendável.
Nota final
Peço que não sejam muito rigorosos com a veracidade científica deste artigo. Apenas quis salientar algumas noções muito básicas sobre entomologia de tricópteros, e notas que fui tirando na minha vaga experiência a pescar e montar moscas deste tipo.
Não esquecendo que um dos objectivos deste blog é também aprender, peço ainda que corrijam as afirmações erradas e, eventualmente, comentem o artigo com informação adicional que achem relevante.
Boas montagens e pescarias!
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